Quem me conhece sabe o quanto eu não suporto qualquer tipo preconceito. Eu sou a favor da igualdade de direitos e deveres para todos, não importando sua raça, gênero, condição sexual, classe social ou religião. Eu fico indignado com extremismos e posturas radicais. Uma coisa que existe e é fato é o racismo contra os negros no Brasil. Isso pra mim é inadmissível nos dias de hoje. Vejo debates pesados nas redes sociais, muito mimimi, posturas radicais de ambos os lados. Sim, porque tem branco racista, assim como negro racista. O objetivo desse post é alertar, mostrar a dura realidade através de dados concretos e assim fazer com que todos possam pensar, analisar e combater o racismo no Brasil.
Vamos lá! Eu como descendente de japoneses, também sofri preconceitos, mas bem menores do que meus amigos negros. Ouvi muito sobre japonês é bom de matemática, né? Japonês não pode trabalhar como criativo em propaganda! Japonês tem que trabalhar na mídia! Japonês tem pipiu pequeno! Japonês não tem bunda! etc! Mas quando me deparei com o preconceito que meus amigos “afro-descendentes” sofriam no dia a dia, desde as pequenas coisas, quase imperceptíveis até as coisas mais horríveis, verdadeiras violências! Isso tudo me deixou revoltado e triste demais! A partir daí quis entender por que acontecia preconceito racial em plenos séculos XX e XXI.
A questão da escravidão era um ponto importante a ser resolvido e vinha, desde meados do século XIX, causando preocupação e a promoção de leis que tentavam adiar uma solução definitiva, como a Lei Eusébio de Queirós, a Lei do Ventre Livre e especialmente a Lei dos Sexagenários, aprovada apenas três anos antes da Lei Áurea. E finalmente a Lei Áurea foi votada e aprovada em poucos dias e em 13 de maio de 1888 a escravidão era extinta do país, teoricamente. A lei libertava cerca de 700 mil escravos, num país com então 15 milhões de habitantes. É bom lembrar que a Lei Áurea foi assinada, mas não foi cumprida imediatamente e em sua totalidade pelos Senhores de Engenho da época. Demorou pelo menos 50 anos para que isso acontecesse de verdade. E um detalhe muito importante é que a população de negros libertos, foi simplesmente jogada ao “Deus dará”, sem nenhum tipo de ajuda seja financeira ou moral, muito pelo contrário, foram marginalizados. Para saber mais acesse: https://www.infoescola.com/historia-do-brasil/lei-aurea/
Se você quiser estudar a respeito sobre o processo de escravidão até a abolição, o Google tem uma fonte inesgotável de informação da história do Brasil oficial. Ou seja, o que querem nos contar. Eu estudei, mas fui além. Uma das literaturas que amei foi o estudo antropológico de Pierre Fatumbi Verger: FLUXO E REFLUXO – Do tráfico de escravos entre o Golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos. Para saber mais acesse: http://www.pierreverger.org/br/pierre-fatumbi-verger/sua-obra/pesquisas/fluxo-e-refluxo-a-diaspora-africana.html
Assista Quilombo dos Palmares de Cacá Diégues, uma verdadeira obra de arte do cinema brasileiro que foi baseado em fatos reais.
Assista também o filme Besouro que também conta a história de um jogador de capoeira que lutou contra a escravidão mesmo depois da assinatura da Lei Áurea. Este filme também foi baseado em fatos reais e históricos!
Faça as contas e veja a dura realidade
1888 (ano da abolição da escravatura) + 50 (tempo que demorou para a lei ser cumprida) = 1938 (ano em que a lei foi cumprida 100%)
2017 (ano atual) – 1938 = 79 anos
Há 79 anos ainda existia alguns casos isolados de escravidão e muito preconceito com os negros recém libertos. É muito pouco tempo para se curar feridas sociais causadas pela escravidão de um povo. É só vermos os dados atuais: quantos afro-decendentes representam a população brasileira? Quantos deles tem curso superior completo? Quantos ocupam cargo de chefia? etc
A renda média real recebida pelas pessoas ocupadas no País foi estimada em R$ 2.043,00 no quarto trimestre de 2016. O rendimento dos brancos era de R$ 2.660,00 (acima da média nacional), enquanto o dos pardos ficou em apenas R$ 1.480,00 e o dos trabalhadores que se declaram pretos esteve em R$ 1.461,00. A taxa de desemprego das pessoas que se declararam de cor preta ficou em 14,4% no quarto trimestre de 2016, enquanto a taxa entre a população parda foi de 14,1%. Os resultados são maiores que o da média nacional, de 12,0%, e do que o registrado pela população declarada como branca, que teve taxa de desemprego de 9,5% no quarto trimestre de 2016. Para saber mais acesse: http://odia.ig.com.br/brasil/2017-02-23/ibge-negros-e-pardos-tem-renda-bem-inferior-aos-brancos.html
Entre 2005 e 2015, aumentou o número de negros entre os brasileiros mais ricos, de 11,4% para 17,8%. Apesar disso, a população branca ainda é maioria – oito em cada dez – entre o 1% mais rico da população. Entre os mais pobres, por outro lado, três em cada quatro são pessoas negras, segundo informou hoje (2) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mais da metade da população brasileira (54%) é de pretos ou pardos (grupos agregados na definição de negros), sendo que a cada dez pessoas, três são mulheres negras. Para saber mais acesse: http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-12/ibge-negros-sao-17-dos-mais-ricos-e-tres-quartos-da-populacao-mais-pobre
Vítimas de racismo e injúria racial relatam casos de agressão. A população negra ainda sofre com ataques racistas no dia a dia. São histórias de agressão no transporte, no trabalho e no esporte. Para saber mais acesse: http://g1.globo.com/profissao-reporter/noticia/2017/07/vitimas-de-racismo-e-injuria-racial-relatam-casos-de-agressao.html
O Atlas da Violência 2017, lançado este ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, mostra que a população negra corresponde a maioria (78,9%) dos 10% dos indivíduos com mais chances de serem vítimas de homicídios. Atualmente, de cada 100 pessoas assassinadas no Brasil, 71 são negras. Para saber mais acesse: https://www.cartacapital.com.br/sociedade/atlas-da-violencia-2017-negros-e-jovens-sao-as-maiores-vitimas
Quando saiu a Lei aprovando o sistema de cotas, eu fui um dos que achou isso um absurdo. E que estaria de certa forma incentivando a desigualdade e podendo até gerar preconceito e racismo. Mas ao estudar a respeito, ler sobre pontos de vistas diferentes de antropólogos, historiadores, educadores etc, eu mudei minha opinião. Hoje eu aceito o sistema de cotas como uma medida que deva ser provisória, que isso não precise mais existir em nosso país daqui alguns anos. Para saber mais sobre o que é a Lei 12.711 de 2012, o sistema de cotas no Brasil, acesse: http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/educacao/sistema-cotas.htm
Veja também a reportagem que conta a história de alguns estudantes que se beneficiaram com o Sistema de Cotas. Veja a dura realidade de pessoas, que por suas origens raciais, são o reflexo dessa história horrível de escravidão e hoje precisam batalhar muito para melhorar de vida. Acesse: https://g1.globo.com/educacao/noticia/cota-racial-e-fundamental-dizem-estudantes-negros-da-medicina-da-usp.ghtml
Miss Brasil Monalysa Alcântara, a terceira Miss Brasil, negra fala sobre haters e preconceito no Brasil no Programa do Porchat.
Eu sou a favor do respeito a diversidade e da igualdade de direitos e deveres. Seja negro, branco, amarelo, vermelho ou mestiço, somos todos todos diferentes e iguais. Meu irmão negro, seja você, seja pleno, seja lindo! A campanha que mais expressa no que eu acredito é LOVE HAS NO LABEL
Bom! Para finalizar este post eu vou rir para não chorar!
Eu não sei quem é pior, quem criou a campanha do novo Personal VIP Black, que não entende de história ou se o povo mimimi da rede social! Isso me cansaaaaaaaa… Quer saber mais acesse: http://f5.folha.uol.com.br/voceviu/2017/10/campanha-de-papel-higienico-preto-e-acusada-de-racismo-e-revolta-internautas.shtml
E a ministra dos Direitos Humanos Luislinda Valois pediu ao governo para para acumular salário integral da atual função com a aposentadoria. O total de ambas funções somaria o valor de R$ 61 mil. A ministra argumenta que trabalhar sem receber “se assemelha a trabalho escravo”. Socorro! Quer saber mais acesse: https://catracalivre.com.br/geral/cidadania/indicacao/ministra-pede-salario-de-r-61-mil-e-cita-escravidao-no-brasil/
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